Bromélias – Espécies e cultivo
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Bromélias são herbáceas, pertencem à família das Bromeliaceas, nativas das Américas do Sul, Central e Norte, com plantas terrestres, rupícolas ou, principalmente epífitas.
Compreendem cerca de 60 gêneros e mais de 3000 espécies. Elas são quase todas da América Latina e das ilhas do Caribe, exceto a Tillandsia usneoides do sul dos Estados Unidos, e uma única espécie da África a Pitcairnia feliciana.
São encontradas em florestas úmidas, em desertos áridos, nas praias e nas alturas da Cordilheira dos Andes.
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Descrição
Folhas se apresentam dispostas em roseta, lanceoladas, largas ou estreitas, com nervuras paralelas, geralmente fibrosas, raramente carnosas, de bordas lisas ou espinhentas. Podem ser tubulares ou amplamente abertas.
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Ocorrem variedades de folhagens vermelha, arroxeada e verde, além de tonalidades intermediárias dessas cores. Em algumas variedades as folhas ao redor da inflorescência são mais coloridas e de cor mais intensa antes de florescer.
Todas as bromélias são caracterizadas botanicamente por apresentarem flores com três pétala e ovário com três lóbulos.
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As inflorescências surgem do centro da roseta, o que ocorre somente uma vez durante o ciclo vital da bromélia, quando atingem o estado adulto e normalmente morrem, mas às vezes sobrevivem a uma geração ou duas antes de finalmente morrer. A época de floração depende da idade da planta e não o tempo do ano, algumas levam 3 anos (Guzmania e Billbergia) outras até 20 anos (Alcantarea) para florescer.
As flores duram por pelo menos seis meses, algumas exalam uma suave fragrância, que se sente a considerável distância.
A bromélia está cada vez mais popular no paisagismo tropical e contemporâneo. São cultivadas em vasos, jardins, formando conjuntos, em meio as folhagens ou rochas, nos galhos das árvores e num cantinho sombreado.
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FAMÍLIA BROMELIACEAE
A família bromeliaceae é dividida em três subfamílias: Bromelioideae, Tillandsioideae e Pitcairnioideae.
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Bromelioideae – Muitas deste grupo são epífitas, das quais algumas se adaptaram em condições terrestres. É a subfamília de bromélias mais cultivada para usos paisagísticos. Pertencem a essa família, Aechmea, Ananás, Billbergia, Canistrum, Cryptanthus, Fernseea, Greigia, Hohenbergia, Neoregelia, Neoglaziovia, Nidularium, Pseudoananas, Quesnelia, Streptocalyx, Wittrockia.
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Tillandsioideae – A maioria das bromélias dessa espécie são epífitas, com exceção de algumas poucas gigantes que crescem sobre rochas. As de folhas branco-acinzentada ou prateada, de algumas tillandsias, possuem escamas peltadas, pelos modificados, que conferem as folhas grande permeabilidade, além de torná-las mais espessas e capazes de refletir a luz do sol, amenizando o calor. Pertencem a essa família, Alcantarea, Catopsis, Guzmania, Tillandsia, Vriesia.
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Pitcairnioideae – Estas bromélias são geralmente terrestres, preferindo o solo para estabelecer as suas raízes. São plantas comuns de solos áridos e regiões de grandes altitudes. A maioria das bromélias Pitcairnioidaeae apresentam folhas carnudas e com espinhos muito fortes. Pertencem a essa família, Brocchinia, Connelia, Dyckia, Encholirium, Hetchtia, Navia, Pitcairnia e Puya.
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Estratégias de sobrevivência das Bromélias
Bromélias desenvolveram mecanismos extraordinários, para aproveitar ao máximo as potencialidades do ambiente em que vivem. Assim, na lenta caminhada evolutiva através dos milênios, acabaram surgindo as rosetas foliares com tanques centrais, que não apenas retém a água das chuvas, mas armazenam matéria orgânica proveniente de folhas, flores, sementes e até mesmo de animais mortos, disponibilizando nesta água os nutrientes necessários à sua sobrevivência.
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Em certas espécies, a dependência da água acumulada na roseta chega ao ponto em que as raízes perderam sua função de absorção, sendo esta função efetivada pelas folhas, através de de pequenas películas (escamas) em forma de escudo, que possuem uma enorme capacidade de absorção.
Algumas, vegetam no solo e por isso mesmo, são conhecidas como terrestres. Outras, no entanto, vivem sobre os galhos das árvores (dai serem chamadas de epífitas) e até mesmo sobre rochas nuas, quando recebem o nome de rupícolas.
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Elas podem ser: Solo-dependentes – são as de comportamento terrestre, desprovidas de tanque e com raízes funcionais. Isto é, raízes não meramente fixadoras. Prototanques – bromélias predominantemente de comportamento terrestre, com tanques rudimentares e raízes funcionais. Tanque-dependentes – aquelas com tanques bem desenvolvidos e equipadas com escamas foliares absorventes. Atmosféricas – aquelas bromélias de folhas branco-acinzentadas ou prateadas, providas de avançadíssimo sistema de escamas absorventes. |
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Luz para Bromélias
A luz é um dos fatores mais importantes no cultivo de bromélias.
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A maioria prefere a sombra peneirada das árvores, ou um pouco de sol pela manhã até às 10:00 horas, são poucas as que apreciam o sol pleno.
As de folhas macias e verdes apreciam locais de luz peneirada.
As espinhentas, rígidas e de folhas estreitas, cinzentas e avermelhadas ou com centro avermelhado são boas apreciadoras da luz solar, sendo que algumas podem, inclusive, receber sol direto pela manhã ou fim de tarde.
Quando a temperatura ambiente estiver muito alta, borrife água nas folhas, mas nunca sob luz solar direta e nas horas mais quentes do dia. Deixe o solo secar entre as regas. Plantas de folhas macias apreciam ambiente mais úmido do que plantas de folhas rígidas.
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A maioria das bromélias podem ser cultivadas em vasos, desde que sejam baixos e largos, utilizando-se uma mistura de areia grossa e musgo seco em partes iguais, mais meia porção de folhas secas moídas, ou usar sua própria fórmula, desde que seja bem drenável. Isto possibilita a ótima drenagem que precisam.
Para bromélias terrestres, recomenda-se sempre usar areia, terra preta, saibro, esterco ou composto orgânico e fibras vegetais, como as de coco.
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Adubo e Poda
Independente da categoria a qual pertença a bromélia, a fertilização foliar é sempre de grande ajuda e o ideal mesmo é que seja feita a cada 15 dias. Mas deve-se tomar um cuidado especial em dosar o NPK, usando apenas metade da proporção recomendada pelo fabricante. É que as folhas dessas plantas, por possuírem uma permeabilidade incomum, absorvem os nutrientes de forma muito mais acentuada que em outros vegetais.
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Bromélias são uma espécie durável, raramente incomodada por pragas. Não utilize pesticidas, já que tendem a sufocar poros de respiração das plantas.
Recomenda-se podas de limpeza, retirando as folhas danificadas, seguindo sua forma natural, não traz consequências para a planta.
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Propagação
Multiplica-se por sementes ou por estolões laterais, logo após a floração, quando a roseta cessa o crescimento. Os filhotes são geralmente produzidos perto da base da planta – dentro da bainha de uma folha.
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